terça-feira, 14 de setembro de 2010

vigésimo quarto capítulo

- Sai! - repetiu o David.

O Marco levantou-se, com lágrimas a caírem pelo rosto, e antes de sair de casa olhou para mim.

- Espero que um dia possamos falar melhor, e esclarecer tudo.

Esperei que ele saísse e tirei a única lágrima que constava da minha face. Estava magoada, considerava-o o meu melhor amigo, e ele pensava isso de mim. O David aproximou-se e colocou-se de cocaras, mesmo à minha frente, mexeu-me nas mãos.

- Você tá bem? Se eu soubesse... tinha vindo antes.

Abracei-o, não queria falar, queria ficar assim, abraçada e a sentir-me protegida por ele. E foi assim que fizemos, ele colocou-me no seu colo e segurou com firmeza a minha cintura, passava ao mesmo tempo as mãos pelos meus lábios.

- Eu te amo, para sempre. - eu tremia como uma criança que ficava até tarde na escola à espera dos pais, ele olhava-me, sorria e continuava a passar a sua mão pelo meu rosto, e pelos meus lábios. Até que me beijou, beijo de novelas e filmes românticos, daqueles beijos à chuva, mas este não, era impossível estar com frio, o seu corpo estava quente e aquecia o meu.

- Mesmo a tremer desta maneira?

- Eu te amo, com todos os seus defeitos, com esse tremer imparável... - continuava a sorrir e a acariciar-me. - Eu ... te ... amo.

Sorri, finalmente.

- Sabes, o que sinto quando nós os dois estamos aqui, sozinhos?

- O quêêê? - disse com uma cara cómica.

- Ok, não te rias, isto vai soar bastante estranho. Parece do tipo de um filme todo romântico. Nós aqui os dois, o que tu me dizes...

- Tudo o que eu te digo é verdade, meu amor.

- Eu sei, e é por isso que parece um filme, eu sempre fui a menina insegura, que sempre que recebia um elogio pensava que tavam a gozar comigo, e ter-te assim! Eu amo-te tanto!

- Eu também, bem, vou fazer o jantar, pode ser macarrão, com queijo e carne?

- Hum, pode, queres ajuda?

- Não, fica aqui sentada que é rapidinho!

Liguei a televisão e vi as notícias, já era tarde e já davam as de deporto, do Benfica, sempre a mesma coisa, as polémicas de arbitragem, e pouco mais notícias davam, ele trouxe a comida pouco depois, vinha em taças grandes, exageradamente distribuída, eu tinha practicamente a mesma quantidade que tinha na taça dele.

- Taaaaaaaaaanta? - perguntei-lhe.

- É, você tem que se alimentar, tá ficando muito magra.

- Tu sabes que nem ligo a essas coisas, mas fico cheia, e depois não durmo!

- Quem te disse que íamos passar essa noite a dormir?

- Hum, digo eu que estou cansada e amanhã, trabalho!

- Oh...

- E tu também tens treino de manhã!

- Eu sei, mas...

- Só se for agora!

Ele pegou em mim e levou-me lá para cima. Fazia-me sempre esquecer das coisas más, acalmava-me e dáva-me mais segurança.

Paula

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