segunda-feira, 6 de setembro de 2010

décimo quinto capítulo

Acordei várias vezes de noite, e só dormi descansada quando já era de dia, quando acordei já tinha passado até da hora de almoço. Olhei para o telemóvel e tinha 4 chamadas e 2 mensagens escritas. Abri as "Chamadas Perdidas", tinha uma do David e três da Mariana, e antes de lhes ligar fui ver as mensagens; duas do David e duas da Mari, abri-as.

"Bom dia gata, dormiu bem? Sonhei com você, vou treinar agora, logo falamos melhor, beijo, amo você, David." datava as 9h

"Amor, está tudo bem? A esta hora já era normal estar acordada, me liga assim que puder, David." 12h

"Paula, o David ligou-me, estás bem? Precisas de falar? Mari*" 12:35

"Estou a ficar super preocupada, por favor, manda-me uma sms, a dizer se estás bem, ao menos. M." 14 : 45

Eram 15:15h, e eu compreendia a preocupação, ontem à noite a voz falhou, e já é tarde e não dou sinais de vida, marquei o número do David, depois ligava à Mari. Ele atendeu ao primeiro toque.

- "Paula, ai meu deus... O que aconteceu?"

- Não aconteceu nada, ontem não conseguia dormir bem, acordei montes de vezes, e acordei de manhãzinha, estava super cansada então voltei a dormir, acordei mesmo agora... Desculpa se te preocupei.

- "Eu estava preocupado, asério. - a voz dele estava tensa e num tom altíssimo. - Eu vou ter que desligar, beijo!"

Desligou, antes que eu pudesse responder. Não pensei muito nisso e liguei à Mari.

- Antes que comeces a berrar, eu estava a dormir, não foi por mal! - agora sim a minha voz falhou e senti algumas lágrimas caírem-me pela face.

- "Paula! Estás bem? Eu vou já para aí!"

- Não precisas, não foi nada...

- Preciso sim, espera por mim, e come qualquer coisa.

Não sabia porque razão estava a chorar, mas odiei o tom de voz que ele falou comigo, lavei a cara e fui à cozinha para comer algo, peguei num iogurte e sentei-me no jardim, senti mais lágrimas a correr o rosto, desta vez não as limpei. Ouvi a campainha tocar, e fui abrir o portão, era a M.

- Heey, - deu-me um abraço demorado - Queres conversar?

- Não...

- Não precisas, anda, vamos para o sofá. Trouxe-te comida. - tirou de um saco um recipiente com arroz de pato, do meu restaurante preferido.

- Não era preciso...

- Claro que era, tonta!

- Obrigada, por tudo!

- Come! - sorriu.

A verdade é que comi tudo super rápido, estava cheia de fome, e a comida estava óptima.

- O que é que se passou para chorares? Alguém te fez mal?

- Não... - ela olhou para mim e eu continuei. - Ontem à noite, sentia-me super sozinha, então não consegui dormir bem, só adormeci descansada quando já era de manhã, e à pouco, quando acordei, e vi todas aquelas chamadas e mensagens, liguei logo para o David, para ele não se preocupar, e ele falou-me com um tom de voz tão autoritário, que... - senti uma lágrima a tentar sair, mas fiz força para não dár parte fraca. - ... eu senti-me impotente. Ele não tem o direito de me tratar assim, eu toda a minha maioridade fui independente! Eu cantava no bar da praia, para pagar a renda, às vezes ia para a rua, e quando fiz o meu primeiro anúncio, disse aos meus pais que pagava as propinas, eu não vou deixar que ele pense que eu sou a um brinquedo!

- Ele estava preocupado, ele disse-me que tu não tavas bem ontem à noite e pensou no pior.

- Pensou no quê? Que eu me afoguei na piscina? Eu me atirei da ponte? Por amor de Deus.

- Não fiques assim, vamos sair, vai tomar banho, veste-te e vamos às compras, e se quiseres eu passo a noite aqui contigo.

- Hum... - olhei-a e esperei um tempo. - Podemos ir às compras, mas logo à noite, eu vou sair, vou com o Marco, larguei tanta coisa... e sim, eu sem que não foi em vão. Eu amo o David, mas eu também tenho que ser feliz.

Passámos a tarde às compras no Vasco da Gama, jantámos também juntas num restaurante, e depois saí para ir ter com o Marco e com o resto do pessoal.

Paula

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