quadragésimo sétimo capítulo [47º]

O ambiente no estádio estava fantástico, estavam lá todos, o Rúben, o Gustavo, as mulheres e os filhos deles. O telemóvel tocou e eu vi pelo visor que era o David, atendi e dirigi-me para um sítio mais calmo.

- Estou amor?

- "Oi! Já tá no estádio?"

- Sim, acabei de chegar, tás calmo?

- "Tou super bem, só liguei para te ouvir."

Sorri mesmo sabendo que ele não iria ver.

- Vai lá ter com o mister que já estás a demorar muito.

- "Ele já tá berrando. - soltou uma gargalhada. - Te amo gata."

- Eu também amor, beijinhos.

- "Beijo!"

Voltei para o meu lugar e esperei pelo começo do jogo, conversando com as raparigas.

Foi um jogo sofrido e, devo confessar que gritei bastante quando o Martins marcou o golo da nossa vitória.

Esperei por ele no estacionamento, ele acenou-me e deu alguns autógrafos a fãs.

- Desculpa a demora docinho. - disse quando já estávamos dentro do carro.

- Não tem mal amor. - beijei-o e arranquei para casa.

- Tou tão cansado!

- Fartaste-te de correr, a tua cara está mais magra e tudo.

Ele encostou a cabeça no banco do meu carro e suspirou.

- Eu faço uma lasanha para nós. - sorri e ele fez uma expressão animadora. - Queres?

- Mas é claaaaaaaaaro. - tirou o telemóvel do bolso e continuou. - Me deixa só ligar à Dona Regina.

Ele ligou e entretanto chegámos a casa, dirigi-me à cozinha e comecei a preparar a lasanha, também eu estava faminta. O meu telemóvel tocou e eu atendi de imediato.

- "Hello, are you Paula?" ("Olá, é a Paula?")

- Yes, I am. (Sim, sou eu.)

- "Oh, I'm sorry, I'm Lawrence, the new director of Victoria's Secret. And I want you for the new campaign, and we are interested for make a contract for more time with you. If you want you have until tomorrow to decide, 'cause we are in Lisbon." ("Oh, peço desculpa, eu sou o Lawrence, o novo director da Victoria's Secret. E, eu quero-te na nossa nova campanha, e, se estamos interessados em assinar um contracto para mais tempo. Se quiseres,tens até amanhã para decidires, porque nós estamos em Lisboa.")

- Ok, I call you tomorrow, thank you so much. (Ok, eu ligo-lhe amanhã, muito obrigada.)

- "Your welcome!" ("De nada!")

- Amor! A comida está pronta.

Queria pedir a opinião do David, só a dele me importava.

- Mmmmm, que cheirinho! - disse enquanto me beijava uma bochecha. - Cê tá com cara de caso, que se passa?

- Recebi uma chamada do novo director da Victoria's, e, ele quer que eu faça a nova campanha e assine contrato.

- Isso é óptimo meu amor!

- Mas eu estou a ver muitas coisas ao mesmo tempo, a clínica, a música a querer começar, agora a Vic...

- Eu acho que você não deve ficar pelas três, deve tirar uma do caminho, pelo menos por agora, pode sempre fazer de vez em quando...

- A clínica tira-me o tempo todo, e eu, não me sinto muito realizada.

- Então sai de lá. - colocou a mão dele em cima da minha. - O importante é se sentir feliz, nada mais importa.. - sorriu.

- Fazes tudo parecer tão fácil... - comprimi-me. - Eu tenho medo de errar.

- Ora, todo o mundo erra, meu amor. Eu vou tár sempre do seu lado, vai correr tudo bem, e você, pode continuar fazendo algum voluntariado como antes. E assim vai ter mais tempo para mim. - fez um sorriso enormíssimo e ri-me. - Eu acho é que não deve assinar contrato, porque afinal é correr um alto risco, e, nossas vidas estão sempre mudando. E, se eles te quiserem mesmo vão estar sempre a convidar...

- É... bem pensado.

- Você tá cada dia mais linda, e quando eu te conheci, pensei que isso fosse impossível... Você me deixa louco. - eu fiquei a olhá-lo. -  Tá tudo bem, meu amor? Mais perguntas ou coisas incomodando você?

- Tudo o que eu sei, é que quando eu olho nos teus olhos não me resta nenhuma pergunta, só respostas.

Ele beijou-me, e levou-me para o quarto. Sussurrou-me várias vezes "Eu te amo.".

E eu, cada vez tenho mais certezas de que é com ele que eu quero passar o resto da minha vida.

Paula ♥
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