septuagésimo quinto capítulo [75º]

SEXTA-FEIRA, 19 de Novembro de 2010

Acordei tarde, chovia imenso lá fora, e hoje o David só vinha lá para as cinco. Levantei-me, vesti o robe, calcei umas pantufas e desci, para a cozinha, comecei a preparar o almoço, fiz uma massa de atum deliciosa, depois fiquei imóvel a olhar a chuva a cair pela janela, um flashe ocorreu imediatamente na minha cabeça, e viajei ao passado.


LEMBRANÇA:  1 de Dezembro de 2008

Hoje acordei com uma nova vontade de viver, quero deixar de sofrer e pensar nos que não merecem. A Mariana ia fazer um festão em casa dela hoje, com os amigos do Rúben e os dela.
Vesti uma roupa relativamente simples, uns calções bejes, uma camisa de babados em tons de castanho e padrão leopardo, um casaco de couro preto e uns lindíssimos sapatos de salto (vê aqui). Conduzi até casa deles, e à quantidade de carrões que estavam cá fora já deviam estar todos (ou quase) os amigos do Rúben.

O portão estava aberto e eu entrei, a música ouvia-se de cá de fora, era pagode brasileiro, meu deus, como eu odiava aquela música, (brasileira, só ivete sangalo e caetano veloso). Entrei e estavam todos menos a Mariana. Sorri-lhes e dirigi-me ao Rúben.

- A Mari? - perguntei-lhe.

- Está lá em cima, se quiseres podes subir.

Eu sorri.

- Venho já então.


Subi as escadas e bati à porta do quarto dela.

- "Quem é?" - perguntou.

- A Paula, gatinha.

- "Podes entrar, amor!"

Ela estava a calçar uns sapatos altos pretos.

- Sempre a mesma atrasadinha! - disse-lhe.

- Eu sei, desculpa!

- Não tem mal. - sorri.

Ela aproximou-se de mim e abraçou-me.

- Estás bem? - perguntou.

- Acho que estou melhor... não quero perder mais dias assim, não sei como será o amanhã!

- É isso mesmo, e tu sabes que podes contar sempre comigo!

- Eu sei... Vem, vamos para baixo?

- 'Bora!

Descemos as escadas e continuava a ouvir-se pagode, os brasileiros e as brasileiras sambavam e os outros dançavam como sabiam, passado duas hora chegou o Pedro e o Luís, o P. ia colocar música na festa, e em pouco tempo ouvia-se house.

- Vem cá, Paula! - chamou o Luís.

Eu juntei-me a ele e começámos a dançar, devo confessar, que há muito tempo não me divertia assim, só tinha uma bebida alcoólica no sangue (vodka preta) e não tencionava beber mais, agora era só água! No final da festa só dançava eu, o Luís, as amigas e amigos da Mariana, ela, o Rúben, os jogadores falavam e só dançavam de muito de vez em quanto. Olhei no relógio e marcava 4h da manhã, amanhã tinha aulas às 11h e achei por bem ir descansar agora.

- Gatinho, vou embora, amanhã tenho aulas... precisam de boleia? - perguntei ao ouvido do Luís.

- Sim, não te importas?

- Claro que não, vou só despedir-me da Mariana e do Rúben.

Dirigi-me a eles e disse-lhes que já estava tarde e tinha que ir para casa, eles compreenderam-me, e sorri aos outros.

Cheguei a casa só às 5:30h, estava super cansada, deitei-me na cama, por cima dos cobertos e vestida, amanhã no máximo estava doente, mas nem estava com cabeça para pensar nisso...

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O David chegou a casa à hora prevista.

- Vamo jantar ao japonês?

- Vamos! Tenho é que tomar banho...

- Então vem, que eu tomo com você! - beijou-me.

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Ele vestiu-se muito mais rápido do que eu, mas estava lindo (vê o look aqui), eu arranjei-me, vesti uma roupa quente e confortável e deixe o cabelo secar ao natural, estava super comprido, mas era assim que eu gostava de o ter (look).
Desci as escadas e ele estava sentado na sofá da sala. Olhou-me e sorriu.

- Vamo amor?

- Vamos, mas antes...

Inclinei-me na direcção dele e beijei-o, ele correspondeu o triplo e puxou-me ainda mais para ele, eu passava a mão pelos seus caracóis.

- Te amo, tou louco para sermos um apenas.

- Também eu, David... ando com um friozinho na barriga, nem imaginas!

- Sério? - eu assenti com a cabeça. - Eu vou tratar você muito bem, eu juro. Você é a pessoa que eu quero passar o resto da minha vida.

Paula ♥

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