Acordei ainda nos braços dele, mas do lado contrário. Virei-me para o ver e ele estava acordado e tinha os olhos postos em mim. Ele sorriu e eu não me pude conter.
- Bem-vinda, dorminhoca! – ele riu-se.
- Dormi muito?
- Mais do dobro do que eu…
- Oh, mas contigo nem vale a pena comparar, eu não faço exercício à muito, e se já quando fazia ficava acabada imagina como estarei agora.
- Eu te deixo doida, mesmo! – troçou.
- Ainda tas a gozar?! Deixa-me dormir, amor…
Aconcheguei-me mais nos seus braços e dormi até de manhã.
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SEXTA-FEIRA: 11 de Março de 2011
Quando abri os olhos ele estava do meu lado, a abraçar-me, estava acordado e a ver um jogo de futebol na TV que estava em silêncio.
- Podes por mais alto…
- Acordei você amô? – ele perguntou de um jeito doce, acariciando-me depois.
- Não. – sorri. – Mas sei como gostas de ver jogos com som, e odeias em silêncio…
- Obrigado, anjinho. Tenho lasanha para nós no forno, quando quiseres vamos comé…
- Fizeste o almoço? – fiquei derretida a olhar para ele.
- Fiz sim… - ele beijou-me carinhosamente.
- Esperas só que eu tome banho, Vi?
- Claro amó! Te espero lá em baixo!
Desci as escadas ainda descalça e sem casaco, nem bolsa. Fui ter com ele à cozinha e a mesa e a lasanha já estavam colocadas em cima da mesa, e ele colocava um vinho nos nossos copos.
- Que gatona! – corei.
- Shiu!
Ele serviu-me e comemos calados. Estava um silencio de cortar a respiração, quando decidi cortá-lo.
- Devias marcar qualquer coisa com os rapazes… - sugeri.
- Cê acha?
- Sim… Mas tu é que sabes…
- E se formos os dois dar uma voltinha na praia e depois jantámos com eles?
- Parece-me óptimo!
Eu e o David demos uma ‘voltona’ pela praia e depois de ele combinar o jantar com o pessoal regressamos para casa para nos arranjarmos.
- David? O que é que visto? – disse ainda com a toalha à volta do corpo. – Vai estar frio?
- Já sabe que de moda, você me ganha! – riu-se. – Veste algo que se sinta confortável, e deixe um casaco no carro. Assim não tem frio.
- Bem pensado! – disse expressiva e voltei para o meu closet.
Vesti-me rapidíssimo e deixei o cabelo solto a secar por si, o David já estava na sala à minha espera, e desci para ir ter com ele.
- Vamos? – sorri e ele olhou na minha direcção.
- Vamo, garota… Mas eu levo já minha mala no carro, depois tenho avião. – fez um sorriso triste.
- Passou tão rápido…! – olhei para a expressão dele, e estava triste, aproximei-me e beijei-o na bochecha. – Eu vou voltar para a tua beira, Vi… Prometo-te!
Ele sorriu ligeiramente e começou a mexer-me no cabelo.
- Cê é linda, sabia?
- Não digas disparates, tu é que és, por conseguires aguentares isto tudo. Obrigada, amo-te mesmo!
- Eu sei, meu anjo, eu sei!
Saímos para o jantar com o pessoal. Estava lá toda a gente importante para o David que vivia em Portugal e ele esteve com um sorriso enorme no rosto durante todo o jantar.
Quando se aproximou a hora do voo, despedimo-nos de toda a gente, e o David conduziu ao meu lado para o aeroporto. Permanecemos a viagem toda calados, e ele mantinha a sua mão direita pousada na minha perna, e eu com as minhas por cima, acariciando.
Entendemo-nos muito bem assim, e era mais uma prova da grandeza do nosso amor. Era a prova de que nos podia acontecer tudo, podíamos ficar longe da vista, mas o nosso coração não vacilava, não duvidada que somos um para outro a pessoa mais importante das nossas vidas.
A despedida deles, foi invadida por lágrimas teimosas, que persistiam em ficar, e não saíram das nossas caras nem um segundo. O David era mais forte, pelo menos, mostrava-se mais forte, e isso ajudava-me. Eu sabia que ele me amava, e se alguma vez pusesse isso em questão bastava olhar-lhe nos olhos, ver a maneira que ele me olhava e sentir o seu toque com atenção.
Voltei para casa, quando as lágrimas já estavam secas. Tinha uma semana de muitas sessões fotográficas pela frente, que prometiam ser super cansativas, e tinha que levantar a cabeça e lembrar-me que ele prometera esperar por mim, até me sentir preparada de novo.
Paula ♥
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