QUARTA-FEIRA: 19 de Janeiro de 2011
- Amor… Acorda que o menino já acordou e tenho que ir para o hotel.
- Só mais cinco minutos! – resmunguei.
- Tem mesmo que ser já, dorminhoca, já tou atrasadão…
- Pronto. – bocejei. – Onde é que o Afonso está?
- Está na sala… Mas só quer saber do Afonso, é?
- É… - levantei-me e provoquei-o. – Vou ter com ele…
- Sim… depois de me dar um beijo.
- Não… tenho que ir dar-lhe a ele…
Ele amarrou-me e puxou-me para ele. Eu não resisti e beijei-o, fi-lo bastante rápido, e quando separei as nossas bocas, mordi o lábio e sorri provocando-o.
- Não tavas atrasadão. – imitei o sotaque dele.
- Sim… Você vai tar logo lá… Não vai? – olhou-me nos olhos.
- Claro, amor… - beijei-o suavemente. – Agora vamos, que não gosto de o deixar sozinho…
- Sim, vamo…
Descemos as escadas e ele estava sentado no enquanto via desenhos animados, tinha um copo de leite à frente e comi um pão.
- Fizeste-lhe?
- Sim, amô. – beijou-me.
- Pau’inha! Aco’daste! – interrompeu-nos. – Anda, anda ap’oveitar o meu último dia aqui. – chamou-me.
- E um beijo, me dá? Vou para o hotel, agora…
- Dou! – correu para o David e dei-lhe um beijinho seguido de um abraço. – Adolho-te!
- Eu também te adoro, fofinho!
O David saiu e eu sentei-me junto ao Afonso, que acabara de retomar a sua refeição.
- Obigada! – disse com um enorme sorriso.
- Porquê, docinho?
- Po’que gotei muito de estar aqui com vocês, e tive camisola com as assinaturas de todos os jogadolhes do campeão! E, eles delha-me um ab’aço! - sorriu.
- Não tens que agradecer, vais voltar!
- Tenho, os meus papás, sempre me disselham pala ag’adecer, quando me fazem bem… disse mal?
- Não, disseste muito, muito bem. – dei-lhe um beijinho.
- Já comi!
- Pronto, então vamos tomar banhinho, para te levar ao avião… Sim? - sorri.
- SSSim!
Dei-lhe banho e vesti-lhe uma roupa quentinha, porque ouvi que no norte estava muito frio. Vesti-me rápido enquanto ele estava a ver mais uma rodada de desenhos animados.
Vestimos os casacos e seguimos em direcção à Portela. Não estava muita gente, então tirei logo a mala dele e dirigi-me ao balcão de check-in.
- Bom dia. – disse e a recepcionista levantou a cabeça e olhou-me.
- Bom dia, é para check-in? – perguntou.
- Sim, é para o meu primo. – disse ao mesmo tempo que retirava as declarações de autorização e a identificação dele na mala.
- Vai precisar de assistente de bordo?
- Sim, por favor.
Era altura de me despedir do Afonso e ele não me largava a mão.
- Dá um beijinho aos teus pais por mim, sim?
- Ssim! – sorriu.
- Dá-me um beijinho. – ele abraçou-me primeiro e só depois me deu.
- Adoro-te priminho, vemo-nos em breve!
- Eu também. – deu a mão à assistente e seguiu com ela.
Voltei para o carro e conduzi para o café onde tinha combinado com o Pedro e o Luís.
O meu pensamento virou-se totalmente para dois anos atrás.
LEMBRANÇA: 6 de Agosto de 2009
Hoje era o aniversário do Weldon e eu ia, mas não como namorada do David, mas amiga do grupo, pois pouca gente já sabia que eu namorava com ele.
Estava muito calor, a festa começava às cinco da tarde, e algo me dizia que ia ser cá fora, na piscina, então depois de um banho super fresco decidi vestir uma roupa bonita mas super confortável e deixar de lado os cansativos ‘sapatos de salto alto’!
O meu cabelo foi secando ao natural, mas eu dei-lhe uma pequena esticadela para que não ficasse demasiado encaracolado. Peguei nas chaves do carro e segui para casa dele.
Pelo ambiente cá fora, já devia estar toda a gente na festa. Saí do carro e entrei. A primeira pessoa que vi foi o David, que estava a sambar com o Sidnei. Desviei o olhar para que ninguém notasse, o Weldon viu-me e abraçou-me.
- Parabéns! – disse.
- Obrigado! Ainda bem que veio, o Davi tá meio sozinho. – riu-se.
- Shiu! Ele deu-te a nossa prenda? – segredei-lhe.
- Deu. Foi você que escolheu?
- Fui. – confessei.
- Logo vi! – riu-se. – Aproveita a festa.
- Obrigado. – sorri e fui ter com elas, que já estavam junto ao David.
- Paula! ‘Tavamos a ver que não, aqui o caracóis já estava cansado de “anhar”. – disse a Mariana, o que provocou uma risota geral em todas as raparigas e o David corou.
- Ainda tas a ladrar tu? – perguntei e ela continuava a rir-se. – Vá, meninas! Para a próxima já sei que não podemos contar nada.
O David olhava-me calado e elas continuavam a rir-se.
- Miren, ya haabla pelos dós! – saíu-se a Elena, o que fez com que elas se rissem ainda mais.
- Okok, já percebi que não vão parar, quando saírem da cresce avisem. – disse já chateada porque não queria que ninguém desconfiasse.
- Deixa lá, gata. – falou o David dessa vez. – Elas riem, nós aproveitamos. – piscou-me o olho.
--
Depois do café com ele, foi altura do jogo do grande Benfica, que nos presenteou com uma boa vitória.
Paula ♥
Todos os direitos reservados ªª