O resto do dia foi bastante descontraído, eu fiz bacalhau com natas ao almoço, e, quando o David foi para o treino levei a D. Regina a conhecer sítios maravilhosos de Lisboa.
SEXTA - FEIRA, 22 de Outubro de 2010 --
Quando acordei o David já tinha saído para o treino, desci as escadas e a D. Regina estava no sofá a ver a
Oprah.
- Bom dia querida.
- Bom dia, desculpe ter acordado tarde, estava exausta, já tomou o pequeno-almoço?
- Sim, o David disse para quando eu acordasse comer o que quisesse, espero que não seja abusar.
- Claro que não é abusar, esta também é a sua casa. - sorri. - Quer passear, ou prefere ficar em casa?
- Eu gostava de conhecer umas coisas novas.
- Então vou-me preparar e saímos já. Vou ser rápida. - voltei a sorrir e subi as escadas.
Tomei banho e vesti-me (
vê o look aqui). Deixei o cabelo meio liso, meio ondulado, peguei na minha bolsa e desci as escadas, ela já tinha a sua bolsa junto a si no sofá, e já estava calçada.
- Onde quer ir?
- Por mim tanto me faz, mas eu queria comprar algumas coisas para os que ficaram do outro lado do oceano...
- Se quiser podemos ir ao Chiado, já deve ter ido com o David, mas ele não consegue estar lá muito tempo.
- Pois, eu acho que fui lá a primeira vez que vim a Portugal, devia ser em 2007, e voltei o ano passado, mas ele se chateia com todo o mundo pedindo autógrafo e foto, diz que assim não aproveita o tempo comigo, mas e você, gosta?
- Eu adoro o Chiado e a Rua Augusta, prefiro ir fazer compras lá, do que nos centro comerciais, adoro o ambiente.
- Mas é só turistas, né? Você também deve ser solicitada para fotografias e assim...
- Sim, mas eu não me importo. - sorri. - Eu encaro isso de maneira diferente, só vou lá quando não estou chateada, porque eu também já pedi autógrafos e sei como é mau, as pessoas ficarem de trombas, e fico muito feliz, quando as pessoas gostam do que eu faço.
- É, isso é óptimo, vamos?
- Claro!
Conduzi até ao Chiado e estacionei o carro o mais perto que consegui, fizemos umas compras, mas eu comprei poucas coisas, aliás, já não sou a mesma consumista que era há uns tempos. Depois, acabámos por tomar um café numa esplanada ali.
- Sabes, eu ainda me sinto mal, pelo meu comportamento, quando você me conheceu, e o David a levou a nossa casa no Brasil, conhecer as suas raízes, eu me comportei pior do que uma criança mal educada, eu a julguei, por não ser brasileira, nem ser a mulher que eu imaginava, eu, já te tinha visto numa vez que vim a Portugal, uma festa da Mariana, acho, mas nunca imaginei você com meu filho, você se vestia muito bem, aliás, como ainda se veste, o seu cabelo estava bem tratado e estava maquiada de forma simples, uma beleza que eu nunca tinha visto, muito diferente do que as brasileiras, e mesmo muito diferente das portuguesas, e eu não tava habituada a ver isso antes, muito menos, com meu menino, eu tive medo que você o mudasse. - eu estava calada a olhá-la e tive uma lembrança comprida, mas muito rápida.
- LEMBRANÇA: Dezembro de 2009, sete meses de namoro com o David, viagem ao Brasil.
No Brasil fazia muito calor, todo o ano, mas estávamos no Verão, conclusão? Calor insuportável, ainda bem que só trouxe roupas frescas, pensei. Estou vestida de forma simples (
vê), e, estava sem saltos, porque nervosa como estou ainda caia. Estavamos no táxi, os dois sentados nos bancos de trás, o David de forma descontraída e eu apoiada nele, tremia muito e ele mexia-me no cabelo carinhosamente.
- Chegámos. - disse o táxista, o que me deixou ainda mais nervosa. - São 50 reais.
- Deixe só tirar as malas, que já pago. - disse o David prontamente, e saímos do carro.
Ele tirou as malas e pagou ao táxista, e puxou-me para ele.
- David... - disse e senti a minha voz a falhar.
- Vai correr tudo bem, meu amor. Eu vou estar sempre do seu lado, eu te amo.
Aproximou-se e beijou-me, um beijo muito lento e carinhoso, ele tinha as suas mãos na minha nuca, e mexia no meu cabelo, eu tinha as minhas abertas contra o seu peito, senti uma lágrima a cair da minha face e ele limpou-a rapidamente.
- Não chora não. A única opinião que realmente importa sobre você, aqui é a minha, e eu já decidi que não te vou largar, daqui a três dias volta para o seu cantinho e dentro de dez eu voltarei para perto de si.
- Eu sei, desculpa, eu também te amo, muito. - disse-lhe.
- Você tá fazendo a maior prova de amor, vindo aqui. Eu nunca me vou esquecer disso, gatinha.
- Eu faço tudo por ti. - sorri.
- Vamos?
- Sim, - respirei fundo. - Não podemos ficar aqui para sempre.
Ele aproximou-se da casa e tocou na campainha. Ouviu-se um grande barulho e a mãe do David abriu o portão rapidamente.
- Filho!! - abraçou-o. - Cadê a sua namorada? - disse olhando para mim de alto a baixo.
- Mãe, essa é a Paula, - disse sem me largar a mão. - a minha namorada.
Ela olhou para mim de alto a baixo, revirou os olhos e disse.
- Prazer. Bem, vamos para dentro, quanto tempo você vai ficar? - perguntou-me.
- Eu... - senti a minha voz falhar novamente.
- Vamos ficar três dias, eu provavelmente vou com ela embora.
- Agora que tem uma portuguesa vai esquecer seus pais, suas raízes, tudo o que gosta?
Eu estava parada, o meu coração batia a um ritmo fraco e os meus olhos estavam sensíveis e o David continuava junto a mim, com a sua mão a apertar a minha.
- MÃE? - vi uma rapariga morena que percebi que fosse a irmã do David, aproximou-se e abraçou-o, depois, olhou para mim e deu-me dois beijinhos. - Sou a Isabelle, mas me trata por Belle, vem comigo, vou mostrar-te o quarto onde vai ficar.
A minha mão e a do D. separaram-se e ele respondeu-me com um sorriso tranquilizador.
- Eu supôs que você quisesse ficar com o David. - riu-se. - Então, este é o quarto dele. - disse enquanto abria a porta. - Pode pousar as coisas aqui.
Eu sorri, mas logo percebi que não fui muito convincente.
- Desculpa o comportamento da minha mãe. O David ainda é o seu menininho...
- Eu sei. - sorri.
- Você é muito bonita, meu deus, seu sorriso, dá para perceber logo porque o David se apaixonou por você!
- Obrigada. - corei.
- Belle, - ouvi a voz do D., e ele entrou no quarto. - Paula é muito envergonhada, mas o que você lhe disse, para ela 'tár desse sem jeito?
- A verdade! Ela é muito bonita, e tem um sorriso maravilhoso. - falavam de mim como se eu não estivesse lá.
- É linda, mas é minha. - sorriu e beijou-me na nuca.
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- E você o mudou, mas para muito melhor. Agora sou é que te tenho que agradecer.
Paula ♥
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Muito obrigada por todo o apoio no capítulo anterior (: